Blogue da Biblioteca MARIA EULÁLIA MACEDO

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«O único remédio é amar. Amar as coisas e amar as pessoas, amar as cores, as mutações da hora, o ciclo das estações, amar o tempo de ser, de lembrar, de conhecer...»

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O AMOR

Muitos foram os poetas que cantaram o AMOR. Alguns escreveram páginas de uma beleza poética extraordinária. Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Camões, Shekespeare...
Hoje gostaria de partilhar convosco um poema do poeta brasileiro, intitulado "Amor Antigo". Belíssimo! Nunca as palavras Amor e Antigo combinaram tão bem! Apreciem


Ao Amor Antigo

O amor antigo vive de si mesmo,

não de cultivo alheio ou de presença.

Nada exige nem pede. Nada espera,

mas do destino vão nega a sentença.


O amor antigo tem raízes fundas,

feitas de sofrimento e de beleza.

Por aquelas mergulha no infinito,

e por estas suplanta a natureza.



Se em toda parte o tempo desmorona

aquilo que foi grande e deslumbrante,

a antigo amor, porém, nunca fenece

e a cada dia surge mais amante.



Mais ardente, mas pobre de esperança.

Mais triste? Não. Ele venceu a dor,

e resplandece no seu canto obscuro,

tanto mais velho quanto mais amor.

Carlos Drummond de Andrade



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